Quais os benefícios da creatina? Para que serve?

Suplementação desportiva. Creatina, para que serve e quais os seus benefícios?

Quais os benefícios da creatina? Para que serve?

Texto: Filipe Siquenique – Nutricionista

O que é a creatina?

A creatina, é dos poucos suplementos no mercado com evidência robusta no que toca à performance desportiva, benefícios e riscos para a saúde. É encontrada naturalmente no corpo humano, sendo o músculo o órgão da sua maior concentração (95%).

Durante atividades de elevada intensidade e curta duração, como por exemplo, sprints consecutivos, a creatina é responsável por manter os “níveis de energia” elevados. 

Quais os benefícios e para quem?

Os benefícios são visíveis sobretudo no aumento da força, potência e massa magra, e capacidade funcional do músculo. Sabemos que a manutenção da massa muscular é importante tanto a nível estético como ao nível de saúde articular.

Além disso, tem sido utilizada como estratégia adjuvante em situações de lesão, prevenindo diminuições da massa muscular e força na fase de imobilização.

Em idosos na tentativa de reverter baixos níveis de massa, força e funcionalidade muscular, juntamente com um protocolo de treino.

Atletas/clientes vegetarianos ou veganos, poderão beneficiar da suplementação, uma vez que tem valores de base menores que um atleta sem restrições alimentares.

Tipo de creatina e dose

Dos várias tipos encontrados no mercado a creatina monoidratada é a mais estudada no que toca a segurança, eficácia e eficiência.

O protocolo habitual inicia com uma fase de carga com 20g/ dia durante 5 a 7 dias, seguido de uma fase de manutenção de 3 a 5g/ dia. Além deste protocolo, e caso não exista a urgência competitiva, poderá ser feita apenas a fase de manutenção de 3 a 5g/ dia.

A suplementação juntamente com uma fonte rica em hidratos de carbono ou proteína parece melhorar a captação muscular desta. Todavia, ajustar a suplementação às rotinas do atleta será a forma mais simples para evitar o esquecimento na toma. Em termos práticos, consumir a dose recomendada juntamente com um dos lanches será uma forma de manter a consistência da toma.

Por último, caso esteja interessado em qualidade do produto, poderá optar pelo selo de qualidade Creapure, que garante pureza e segurança superior do suplemento.

Não deve ser esquecido que as estratégias alimentares e nutricionais já devem estar bem estruturadas. Não será aconselhado realizar este tipo de suplementação se não existir uma alimentação adequada às necessidades individuais.

Compulsão alimentar

compulsão alimentar como parar nutricionista

Compulsão alimentar. Como parar?

Texto: Daniela Filipa Pires – Nutricionista 

Este tema tem surgido cada vez mais no nosso dia-a-dia devido aos dois confinamentos que nos vimos obrigados a realizar neste último ano, mas afinal o que será a Compulsão Alimentar (CA)?

A Compulsão Alimentar é definida, pelo Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders 5ª Edição (DSM-5), como uma doença – Binge-Eating Disorder (BED), onde se observam 3 dos seguintes comportamentos:

1. Comer mais depressa do que é normal

2. Comer às escondidas por vergonha

3. Comer até ficar desconfortavelmente cheio

4. Comer sem ter a sensação de fome fisiológica

5. Sentimento de culpa ou depressivo depois de comer

Para terminar o diagnóstico, estes episódios devem ocorrer pelo menos, 1x/semana, durante um período mínimo de 3 meses, depois a sua severidade é classificada de acordo com a frequência com que estes costumam ocorrer – leve (1 a 3x/semana), moderada (4 a 7x/semana), severa (8 a 13x/semana) e extrema (14x/semana).

Estes comportamentos ocorrem com o objetivo de atingir uma estabilidade emocional que devido a diversas situações do dia-a-dia poderá estar alterada. Estas situações poderão ser devidas a alterações de humor, tensões emocionais ou até mesmo problemas nas diferentes relações, e, é através do consumo de determinados alimentos que as pessoas que sofrem com CA conseguem encontrar conforto e a estabilidade emocional que tanto procuram. 

É normal que com toda esta situação pandémica, e com as alterações que fomos obrigados a realizar no nosso dia-a-dia, tenhamos as emoções à flor da pele e, por isso, em algum momento dos confinamentos tenham surgido alguns episódios de CA, afinal, mais tempo passado em casa, significa mais tempo para cozinhar, e mais tempo para nos alimentarmos.

Existem algumas estratégias que poderão ser utilizadas para prevenir ou diminuir a frequência com que estes episódios de compulsão ocorrem:

  • Ter hábitos alimentares saudáveis – quando nos privamos de consumir determinados alimentos, vamos estar a criar momentos de stress e de alterações de humor, por isso, fazer uma alimentação equilibrada e sem saltar refeições, é uma estratégia para evitar episódios de CA. Fazer o planeamento das suas refeições é uma ótima estratégia para garantir que não se salta nenhuma refeição ou que se recorra a alimentos menos interessantes nutricionalmente;
  • Ter um estilo de vida saudável – ter uma alimentação equilibrada aleada à prática de exercício físico poderá ser uma estratégia para melhorar o seu humor e, com isso, diminuir a frequência de episódios de compulsão;
  • Não realizar dietas sem acompanhamento;
  • Manter uma boa hidratação, através da ingestão de água, chá, infusões ou tisanas;
  • Ter uma boa noite de sono;
  • Procurar ajuda de profissionais de saúde habilitados para ajudar a lidar com estes comportamentos, de forma a identificar o que os desencadeia e a corrigi-los.

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), disponível em <http://dislex.co.pt/images/pdfs/DSM_V.pdf>; a 09/3/2021

National Eating Disorders Association, 2014

American Psychological Association, 2015

Healthline, 15 Helpful Tips to Overcome Binge Eating. Disponível em <https://www.healthline.com/nutrition/how-to-overcome-binge-eating#1>; a 09/3/2021>

Exercício físico e nutrição

Exercício físico e nutrição

Exercício físico e nutrição

A perda de peso e de gordura corporal mas principalmente manter o peso perdido a longo prazo, continua a ser um desafio para muitas pessoas.

Sabemos hoje que os principais preditores que explicam o sucesso na perda e manutenção do peso perdido a longo prazo são aqueles que afetam diretamente o balanço energético (Jorge et al. 2019). Por um lado, através do aumento do gasto energético com o aumento dos níveis de atividade física (AF). Segundo (Kerns et al. 2017), indivíduos que mantiveram níveis mais elevados após 6 anos de uma intervenção para perda de peso, foram aqueles que mantiveram mais peso perdido.  E por outro lado, através da redução do aporte energético da dieta, com o aumento a fração proteica, da fibra alimentar e hortofrutícolas em detrimento do aporte de gordura e açúcar.

O combinar das duas intervenções parece ser melhor do que qualquer uma das partes isoladas (Miller et al. 2018), visto que durante o processo de perda de peso, não existe perda exclusiva do tecido gordo, mas também da massa magra, na qual está “incluída” a massa muscular. A perda de massa magra é considerado um fator preditor para o reganho de peso (Heymsfield et al. 2014; Vink et al. 2016), logo, a articulação entre ambas as áreas (Exercício físico e Nutrição) permitirá mitigar ou mesmo promover o ganho deste tecido nobre.

Uma equipa multidisciplinar (Personal Trainer e Nutricionista), focada nos objetivos pessoais do cliente e em constante articulação, permite um maior controlo daquelas que são as habituais adaptações ao processo de perda de peso. Entre as quais o aumento do sedentarismo (diminuição da atividade física espontânea) e compensações inconscientes na ingestão alimentar (maior aporte energético) (Blundell et al. 2015).

Concluindo, uma intervenção na e dieta é tão eficaz quanto a sua adesão! Terá de ser feito um trabalho mútuo entre cliente e profissional para chegarmos mais rápido à solução que o indivíduo pode cumprir por períodos prolongados ao longo da sua vida.